O krill antártico é uma ótima fonte de ácidos graxos ômega-3 e proteínas de alta qualidade. Estudo recentemente publicado, executado em camundongos e aqui resumido avaliou o efeito dos componentes do krill nos lipídios plasmáticos e no desenvolvimento da aterosclerose.

Um estudo publicado no Journal of Molecular Nutrition and Food Research sugere que os lipídios e proteínas do pequeno crustáceo krill podem reduzir a aterosclerose em camundongos.

Sessenta camundongos Apo(e) knock-out, um modelo de dislipidemia e aterosclerose, foram divididos em quatro grupos e alimentados com uma dieta ocidental (grupo controle) ou dietas tipo ocidental diferida pelo conteúdo proteico ou teor de gordura. Especificamente, a caseína e/ou gordura foram parcialmente substituídas por proteínas do krill, óleo de krill ou ambos.

Os resultados do estudo mostraram que os animais que se alimentavam de óleo de krill mais proteína e de somente óleo de krill tiveram uma redução significativa nos níveis de colesterol vis-à-vis do controle. Além disso, o desenvolvimento de aterosclerose na aorta foi menor em todos os grupos experimentais – proteína de krill, óleo de krill, e óleo + proteína de krill – em comparação com o controle.

No entanto, a redução da aterosclerose no seio aórtico foi aparente apenas entre os camundongos no grupo do óleo de krill. A esteatose do fígado ou o fígado gorduroso – outra medida rastreada pelos pesquisadores – se mostrou esporádica no grupo óleo de krill e no grupo óleo + proteína de krill, mas se mostrou comum nos grupos controle e grupo proteína de krill.

Com base nos resultados, os pesquisadores concluem que as dietas contendo óleo de krill não apenas inibem o desenvolvimento da placa e evitam o dano no fígado, mas podem reduzir os níveis de colesterol, afetando a expressão de genes envolvidos no metabolismo do colesterol, incluindo o gene que codifica a enzima-chave HMG-CoA redutase. Mas enquanto as proteínas de krill também reduzem a aterosclerose, elas fazem isso através de mecanismos não relacionados ao metabolismo lipídico.

“Foi interessante descobrir que a proteína do krill reduziu a aterosclerose através de um mecanismo diferente do óleo de krill. Isto pode ser devido ao alto nível de arginina contida naturalmente nas proteínas do crustáceo. A arginina é um precursor da síntese de óxido nítrico (NO) e conhecida por melhorar a função vascular em seres humanos”, disse Rolf Kristian Berge, professor da Universidade de Bergen, na Noruega, em um comunicado de imprensa.

“Outra explicação pode ser que as proteínas que sofrem digestão gastrointestinal lançam peptídeos bioativos que também são conhecidos na literatura por seus efeitos protetores cardiovasculares.”

Fonte:

Parolini C, et al. Effect of Dietary Components from Antarctic Krill on Atherosclerosis in apoE-Deficient Mice. Molecular Nutrition, 2017. Doi:10.1002/mnfr.201700098

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