Muitos ficam surpresos ao descobrir que subs­tâncias que soam familiares são, na verdade, hormônios: a melatonina, envolvida em inúmeros processos fisiológicos, incluindo a sincronização dos ritmos circadianos, a regulação da pressão arte­rial, a função imune; a ocitocina reponsável pelas relações sociais e amorosas, reprodução sexual, parto, aprendizagem e memória.

Bem como a forma ativa da vitamina D, o calcitriol, é um pró-hormônio, ou seja, atua conjuntamente com outros hormônios ou age como um precursor. A surpresa é ainda maior quando se conscientizam das suas muitas funções e benefícios.

Por trás da teoria defendida que a verificação hormo­nal não deve depender de idade cronológica espe­cífica estão alguns médicos especialistas, como o belga Dr. Thierry Hertoghe, autor de numerosos livros e presidente da World Society of Anti-Aging Medicine. Seus argumentos convergem para que até mesmo crianças e adolescentes podem apresentar carências hormonais.

Na mesma linha, o Dr. Michael A. Smith, cientista sênior de saúde da organização de pesquisa sem fins lucrativos Life Extension Foundation, observa que as mulheres deveriam checar seus hormônios – pregnenolona, progesterona, testosterona, estrogê­nio, DHEA, hormônios da tireoide – a partir dos 30 anos de idade, período este que inicia sua redução. Esta redução antecede o envelhecimento cronoló­gico, pois muitos processos do envelhecimento são secundários à carência hormonal.

Sem precisar uma idade específica, desde o início da vida adulta de uma mulher, mudanças ocorrem na forma como os hormônios são produzidos e metabo­lizados. Alguns tecidos se tornam menos sensíveis aos hormônios que os controlam, que, por sua vez, também são quebrados (metabolizados) mais lenta­mente. E dentro da complexidade de seus meca­nismos, muitos dos órgãos que produzem certos hormônios são controlados por outros hormônios. O declínio ou desequilíbrio hormonal ocorre, portanto, à medida que os anos passam, mas também depen­dendo do histórico pessoal.

MUITO ALÉM DA MENOPAUSA

É conhecido que durante a perimenopausa (etapa de transição que antecede a menopausa) e menopausa, a produção de progesterona tende a declinar mais rapidamente em relação ao estrogênio. Este dese­quilíbrio favorece o excesso de estrogênio, tornando a mulher mais suscetível a um aumento de risco de uma série de problemas de saúde. É o processo de dominância estrogênica, que provoca alterações conhecidas a muitas mulheres: irritabilidade, reten­ção de líquidos, aumento no índice de doenças mamárias e períodos menstruais anormais.

Nessa fase, mulheres que optaram pela modulação hormonal apontaram perceber melhoras no humor, memória, sono, cabelo, fogachos, libido, dor de cabeça, retenção de líquidos.

Mesmo quem está longe do período da menopausa pode enfrentar um desequilíbrio nos hormônios. Também é conhecido o risco de deficiência hormonal antes ou durante a gravidez, por exemplo, relacionada aos hormônios da tireoide. Para uma mulher que deseja engravidar, estes hormônios (T3 e T4) têm um papel importante na concepção e, durante a gravidez, eles são indispensáveis na manutenção de uma gestação saudável, no desenvolvimento fetal e neurológico do bebê.

Outro exemplo sólido onde tradicionalmente se faz verificação hormonal pode ocorrer durante a fase de crescimento de uma criança ou adolescente, quando se constata que a velocidade do seu crescimento é inadequada para sua faixa etária. Nesta situação é verificado o nível do hormônio do crescimento (GH). Mas, à parte desses exemplos que já seguem protocolos de reposição hormonal para deficiên­cias já instaladas, pode-se usar a suplementação de hormônios na área da prevenção.

A modulação hormonal, dependendo do indivíduo, pode ocorrer em qualquer idade. Uma deficiência do hormônio (e antioxidante) melatonina pode ser cons­tatada em decorrência de condições metabólicas e neurológicas, como o diabetes tipo 2 e resistência geral à insulina, enxaqueca e outras formas de dor severa, como também câncer – todas condições que podem surgir independentemente da idade. Mulheres após os 30 anos, sob momento de estresse, podem sentir que se levantam cansadas – outro sintoma que pode sinalizar que seus níveis de melatonina podem estar alterados.

Já o DHEA e DHEA sulfato, esteroides adrenais (hormônios sexuais) com um nome longo: dehidro­epiandrosterona, possuem mais de 3.700 pesquisas científicas que avaliaram seus efeitos sobre muitas e diferentes células e tecidos do corpo. O multifuncio­nal DHEA atua fundamentalmente na manutenção do equilíbrio do sistema hormonal e vitalidade, modula uma variedade de vias em todo o corpo envolvidas em vários aspectos da saúde e doenças através de ações diretas e independentes como um precursor de androgênios e estrogênios. Ele também regula a inflamação, que é a força propulsora que gera muitas doenças.

Os benefícios da sua presença no organismo são muitos, mas a má notícia é que, exatamente como pode acontecer com outros hormônios durante o avançar da idade, no caso do DHEA, uma pessoa aos 80 anos pode ter seus níveis reduzidos em 80 ou 90%, em comparação a quando era jovem.6-8 A boa notícia é que estudos vêm afirmando que uma pequena dose diária para as mulheres que apresentem seu déficit (mulheres jovens com anorexia nervosa, insuficiência adrenal, mulheres mais velhas) resulta em melhora óssea, muscular, cutânea, aumento da libido e bem-estar, por provocar pequeno aumento de testoste­rona, e mesmo efeitos protetores da função vascular, sem apresentar efeitos adversos se usado de forma correta.9-14

Artigo traduzido por Essential Nutrition
Referências:
Revista Essentia Pharma Edição 10  – http://essentia.com.br/revista/

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