Muitas pesquisas recentemente se dedicaram a mostrar como a mudança de hábitos alimentares e exercícios aeróbicos regulares – como correr ou andar de bicicleta – podem melhorar a nossa saúde física e mental. Ainda assim, alguns nutricionistas dizem que, apesar dos esforços para gerar estilos de vida mais saudáveis, o metabolismo energético das mulheres – em particular, sua capacidade de produzir energia através dos nutrientes que consomem – pode ser prejudicada sem causa específica.

Robert DiSilvestro, um nutricionista e pesquisador da Ohio State University, em Columbus, Ohio, em colaboração com outros pesquisadores podem agora ter identificado um “mix” suplementar de nutrientes essenciais que poderia fornecer às mulheres o impulso energético diário que precisam.

“Sabemos que as jovens muitas vezes apresentam microdeficiências de nutrientes, e que esses nutrientes desempenham um papel na forma como as células funcionam durante o exercício. Elas tendem a comer menos carne do que os homens, e a menstruação também desempenha um papel importante na perda mineral”, afirmou Robert DiSilvestro.

A receita de sucesso que os pesquisadores testaram consiste em três minerais – ferro, zinco e cobre – e dois nutrientes essenciais – carnitina e fosfatidilserina – o que, segundo eles, as mulheres tendem a não absorver o suficiente. Seus resultados foram publicados no Journal of the International Society of Sports Nutrition.

EXPERIMENTO COMPROVA BENEFÍCIOS DOS NUTRIENTES PARA A SAÚDE FEMININA

DiSilvestro e equipe realizaram duas experiências consecutivas durante o período de um mês cada. O desempenho atlético das participantes foi, em ambos os casos, medido uma vez no início e uma vez no final do estudo. Para o primeiro experimento, os pesquisadores recrutaram 28 participantes com idade entre 18 e 30 anos; metade delas foi designada para receber o suplemento, enquanto a outra metade recebeu um placebo e atuou como grupo controle.

As mulheres que receberam o suplemento o misturaram, duas vezes ao dia, em uma bebida de sua escolha. “Eu decidi começar com minerais que se apresentam geralmente em menor nível – ou sob a hipótese de estarem em menores quantidades em muitas dietas –, e adicionei um elenco de apoio”, explicou DiSilvestro. Foram escolhidas a carnitina e a fosfatidilserina, necessárias para a função celular, que são produzidas por nossos corpos, mas também provêm de alimentos que comemos.

Como parte do experimento, as mulheres foram convidadas a se engajar em uma série de atividades aeróbicas: primeiro uma corrida de 4,8 km, então bicicleta estacionária por 25 minutos e, finalmente, um teste envolvendo subir e descer de um banco (step). Como todas as mulheres eram atletas amadoras regularmente envolvidas com corridas, elas normalmente não realizavam os outros dois exercícios do estudo.

Os pesquisadores explicaram que esse requisito foi adicionado de propósito para entender se os benefícios energéticos potencialmente derivados do suplemento se estenderiam a uma gama mais ampla de atividades físicas, além apenas da corrida.

MAIS ENERGIA E FORÇA PARA AS MULHERES

Após este primeiro experimento, DiSilvestro e a equipe descobriram que as 14 mulheres que tomaram o shake nutricionalmente embalado correram significativamente mais rápido do que antes, e também quando comparadas com as suas homólogas no grupo controle. Elas cobriram os 4.8 km em 25,6 minutos em média, em comparação com o desempenho anterior de 26,5 minutos.

O desempenho também foi melhorado nos outros dois tipos de exercícios. Em 25 minutos na bicicleta estacionária, o grupo suplementado aumentou sua distância de uma média de 9.6 km – medida no início do experimento – para a média de 10.46 km.

Elas também aumentaram o número de passos no teste de step para cerca de 44 passos em 90 segundos (no início do estudo era de aproximadamente 40). No experimento de seguimento, os pesquisadores estavam interessados em ver se podiam reproduzir esse efeito com uma versão ligeiramente modificada de seu suplemento dietético com uma menor dose de carnitina.

Desta vez, os pesquisadores recrutaram um novo grupo de mulheres – 36 no total – que foram divididas da mesma maneira para os mesmos exercícios ou não. Além disso, o suplemento nutricional foi administrado em forma de cápsula nesta ocasião.

Neste experimento, os pesquisadores observaram uma diminuição média de 41 segundos no tempo de corrida. Essas diferenças são particularmente interessantes para DiSilvestro, que pretende produzir um suplemento que possa ajudar as mulheres a corrigir suas deficiências nutricionais e assim melhorar seu desempenho atlético.

Os pesquisadores observaram que a dosagem de cada um dos nutrientes utilizados em ambas as versões do suplemento estava bem abaixo dos níveis de excesso, capazes de causar efeitos colaterais indesejáveis. Eles também acrescentaram que nenhum efeito colateral foi observado em qualquer etapa.

Quanto aos homens, mesmo que eles geralmente não experimentam as mesmas deficiências nutricionais observadas nas mulheres, DiSilvestro observa que estudos futuros poderiam se concentrar em testar os benefícios de tal suplemento no caso de dietas à base de plantas como o vegetarianismo, ou como um reforço de energia para corredores de longa distância.

Traduzido e adaptado por Essential Nutrition
Referências:
https://www.medicalnewstoday.com/articles/320688.php?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=weekly

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