A Fosfatidilcolina é um fosfolipídio, um grande constituinte das membranas celulares, geralmente obtido da lecitina de soja. Em alguns contextos, os termos (lecitina e fosfatidilcolina) são por vezes usados como sinônimos, mas o extrato de lecitina consiste de uma mistura de fosfatidilcolina e outros compostos.

Sua principal atuação destaca-se como hepatoprotetora, indicada também para a prevenção dos efeitos do álcool.

Já nos alimentos, este importante componente das membranas biológicas pode ser obtido a partir de uma variedade de fontes prontamente disponíveis, tais como gema de ovo ou soja 4.

Esta é incorporada totalmente nas membranas de células do fígado. Estudos clínicos sugerem que a Fosfatidilcolina é o verdadeiro remédio para as membranas celulares:

Fosfatidilcolina e Fígado – Proteja seu fígado do Álcool.

Uma velha conhecida do público boemio, a ressaca é um conjunto de sintomas da intoxicação que acontece quando você bebe demais. Para absorver e metabolizar altas quantidades de álcool, o organismo tem que se desdobrar e, assim, acaba sobrecarregando todos os órgãos envolvidos no processo. O fígado é o que mais sofre. É dele o trabalho principal de produzir as enzimas que absorvem o etanol, e mesmo quando você para de beber, a concentração dessas enzimas ainda é alta. Isso gera um desequilíbrio que desorganiza todo o metabolismo. O sistema nervoso, acompanha a crise de abstinência. O resultado geral é dor de cabeça, desidratação, enjoo, diarreia e extremo cansaço. Sintomas que todo mundo que já bebeu além da conta conhece bem.

Já a área médica traduz essa explicação utilizando termos técnicos que expliquem os diversos mecanismos da toxidade do Álcool, que vai desde a toxicidade direta de seus subprodutos como o aldeído, até a diminuição da atividade de enzimas importantes para o funcionamento hepático.

Três estudos controlados subsequentes corroboraram estes achados. Schuller Perez e San Martin concluíram: “Em nosso ponto de vista o uso de Fosfatidilcolina concentrada para o tratamento de hepatite (inflamação) ou esteatose (degeneração gordurosa) é muito produtivo”. [x]

Em estudos com animais, babuínos foram alimentados com álcool por 8 anos[xi], sendo que foram divididos em dois grupos: um grupo recebeu Fosfatidilcolina e outro não. Após alguns anos, o grupo que não recebeu Fosfatidilcolina progrediu para uma fibrose avançada (que leva a cirrose), enquanto que o grupo que foi suplementado com Fosfatidilcolina apresentou lesões leves. Neste momento, retiraram a suplementação de Fosfatidilcolina de alguns animais, e estes logo evoluíram para cirrose. Outro estudo da revista Alcoholism: Clinical and Experimental Research[xii], comprovou a proteção da Fosfatidilcolina nas células do fígado de ratos da toxicidade induzida pelo álcool. Os autores propõem que a fosfatidilcolina reduz a morte celular através de uma redução do estresse oxidativo.

Um dos problemas da Hepatite B é ser portador do vírus e poder transmiti-lo, embora não cause doença no portador. Reuniram 60 portadores do vírus (HbsAg-positivo) e dividiram em dois grupos: um grupo deram 1350 mg de Fosfatidilcolina com complexo B, e outro placebo. Após 30 dias o grupo tratado apresentou melhores resultados que o placebo, sendo que 50% destes se livraram do vírus (HbsAg-negativo), comparado com 25% do grupo placebo.[xvi]

Se a pessoa tiver hepatite e estiver gravemente comprometida, também pode se beneficiar. Em estudo duplo-cego com 50 pessoas, todas HbsAg-positivos e com lesões hepáticas severas documentadas com biópsias, foram separados dois grupos: um que recebeu Fosfatidilcolina e complexo B e o segundo recebeu placebo. 80% do grupo tratado (20 de 25) apresentou melhora importante, enquanto que só 24% do grupo placebo (6 de 25) apresentaram melhoras. A melhora clínica permaneceu um ano após o tratamento. [xvii]

HEPATITE C

Em um estudo duplo cego multicêntrico, com 176 pacientes com hepatite viral crônica (B e C), dividiu-se os pacientes nos que recebiam só o tratamento com Interferon e nos pacientes que além do Interferon, recebiam 1,8 gramas de Fosfatidilcolina. Mais pacientes do grupo que foi associado a Fosfatidilcolina responderam ao tratamento, principalmente no subgrupo da Hepatite C. A administração de Fosfatidilcolina para a hepatite crônica at estudo melhorou a resposta ao tratamento com Interferon para Hepatite C. [xviii]

BENEFÍCIOS

Os benefícios para o fígado do uso de Fosfatidilcolina são bem documentados e pouco divulgados. Muitos pacientes com problemas hepáticos podem se beneficiar desta suplementação, assim como usuários de álcool e medicamentos podem se prevenir com este uso.

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE FOSFATIDILCOLINA E FÍGADO?

– A Fosfatidilcolina é o principal composto das membranas celulares, e sua suplementação pode ser chamada de tratamento das membranas.

– O fígado apresenta alto metabolismo e reprodução celular, necessitando de grande quantidade de matéria-prima para sua construção e reconstrução quando lesado.

– O uso de Fosfatidilcolina mostra-se extremamente benéfico para uma série de doenças hepáticas como: hepatite alcoólica, esteatose hepática, hepatites B e C e intoxicação medicamentosa.

– Pode-se usar a Fosfatidilcolina de forma preventiva quando utilizar bebidas alcoólicas ou medicamentos.

Os artigos aqui postados não necessariamente expressam a visão da Empresa 

Referências:
[i] Zeisel SH, Blusztajn JK. Choline and human nutrition. Annu Rev Nutr. 1994;14:269-96.

[ii] Zierenberg, O. and Grundy, S.M., J. Lipid. Res., 23:1136 (1982).

[iii] Dargel R. et al., Z. Gastroenteral. 29 (Suppl. 2):18 (1991).

[iv] Indovina, J. et al., Epatologica, 27:261 (1981).

[v] Navder K. P. and Lieber C. S., Biochem. Biophys. Res. Commun. 291:1109 (2002).

[vi] Chanussot, F. and Benaoel, L., Life Sciences 73:381 (2003).

[vii] Saratikov A.S. and Vengerovskii A.I., Biull. Eksp. Biol. Med. 127:392 (1999).

[viii] C. S. Lieber, S. J. Robins, M. A. Leo Hepatic Phosphatidylethanolamine Methyltransferase Activity Is Decreased by Ethanol and Increased by Phosphatidylcholine , Alcoholism: Clinical and Experimental Research

Volume 18, Issue 3, pages 592–595, June 1994

[ix] Knuchel F. Double blind study in patients with alcohol-toxic fatty liver. Med Welt 1979;30:411-416.

[x] Schuller-Perez A, San Martin FG. Controlled study using multiply-unsatured phosphatidylcholine in comparison with placebo in the case of alcoholic liver steatosis. Med Welt 1985; 72:517-521.

[xi] Charles S. Lieber, Sander J. Robins, et al Phosphatidylcholine Protects Against Fibrosis and Cirrhosis in the Baboon. Gastroenterology, 1994;106:152-159.[xii] Li-Jun Mi, Ki M. Mak, Charles S. Lieber* Attenuation of Alcohol-Induced Apoptosis of Hepatocytes in Rat Livers by Polyenylphosphatidylcholine (PPC) Alcoholism: Clinical and Experimental Research Volume 24, Issue 2, pages 207–212, February 2000

[xiii] Buchman AL, Ament ME, Sohel M, et al. Choline deficiency causes reversible hepatic abnormalities in patients receiving parenteral nutrition: proof of a human choline requirement: a placebo-controlled trial. JPEN J Parenter Enteral Nutr. Sep-Oct 2001;25(5):260-268.

[xiv] MARPAUNG B, TARIGAN P, ZEIN LH, ET AL. Tuberkulostatische Kombinationstherapie aus INH, RMP und EMB. Therapiewoche 1988;38:734-740.

[xv] Peter J. Jenkins*, B. P. Portmann, A. L. W. F. Eddleston, Roger Williams; Use of polyunsaturated phosphatidyl choline in HBsAg negative chronic active hepatitis: results of prospective double-blind controlled trial; Liver Volume 2, Issue 2, pages 77–81, June 1982

[xvi] Visco G. Polyunsaturated phosphatidylcholine in association with vitamin B complex in the treatment of acute viral hepatitis B. Results of a randomized double-blind clinical study. Clin Ter. 1985 Aug 15;114(3):183-8.

[xvii] Ilic V, Begic-Janew A. Therapy for HBsAg-positive chronically active hepatitis.Med Welt 1991; 523-525.

[xviii] Niederau C, Strohmeyer G, Heintges T, Peter K, Göpfert E.Polyunsaturated phosphatidyl-choline and interferon alpha for treatment of chronic hepatitis B and C: a multi-center, randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Leich Study Group. Hepatogastroenterology. 1998 May-Jun;45(21):797-804.

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